O 'atalho' mais extraordinário de que já ouvi falar foi descoberto no decurso do trabalho de investigação de Amy Cuddy, uma psicóloga social, professora na Harvard Business School: trata-se de rentabilizar o impacto da mecânica no nosso corpo ao nível do sistema nervoso. O nosso corpo tende a adoptar posturas diferentes conforme as emoções que estamos a sentir, por exemplo, quando estamos tristes ficamos mais cabisbaixos e de ombros encolhidos, quando estamos animados, andamos mais direitos. Amy Cuddy descobriu que o processo também funciona ao contrário, se nos sentimos tristes, mas assumirmos a postura corporal correspondente a um estado de alegria, isso influencia positivamente a forma como nos sentimos. Em miúdos: se estiveres a sentir-te em baixo numa situação em que precisas ser confiante e determinado, fecha-te na casa de banho e põe-te 2 minutos de peito aberto e mãos à cintura, em posição de super-homem - isso vai ajudar-te a sentires-te mais poderoso. A TED da Amy Cuddy sobre este tema é a segunda mais vista da história do site, vê em baixo por ti mesmo o resto das estratégias e a explicação de como tudo funciona (com legendas em Português):
A proposta da batota consiste também em rentabilizar o poder das profecias auto-realizáveis. Robert K. Murton propôs este conceito para descrever as situações em que fazemos um prognóstico (por exemplo: 'esta reunião vai correr pessimamente') e só o facto de termos essa expectativa dá origem a que, inconscientemente, nos comportemos de forma a causar o desfecho que estamos à espera (por exemplo, comportando-nos de forma derrotista e desanimada que não inspira ninguém na reunião), o que faz com que a profecia se torne realidade. Mas podemos tentar rentabilizar este fenómeno no sentido inverso, criando expectativas positivas para optimizar o nosso desempenho.
Não estou a falar de repetir à frente do espelho uma frase super-positiva sobre ti - quando dentro da tua cabeça ouves outra voz que te diz exactamente o contrário, esse exercício é contra-producente. Estou sim a falar de abraçar o famoso 'fingir até conseguir' (fake it till you make it). Amy Cuddy fala de 'fingir até conseguir' não como uma forma de enganar os outros, mas como uma forma de te enganares a ti próprio, de forma a ajudares-te a ser, cada vez mais, a melhor versão de ti.
Queres mais batotas? O próximo artigo “Batotas para mudar de vida – 2ª parte” está aqui.
Que as tuas batotas te ajudem a tornares-te a melhor versão de ti próprio,
Tua Coach,
Mina
* Já conversámos muito sobre este tema aqui no blog, podes reler o artigo sobre o papel do esforço no sucesso aqui e o tipo de atitude mental associada, ou não, ao esforço que pode estar a condicionar a nossa vida aqui.