
Podemos ocupar qualquer das posições do espectro entre este dois extremos, e também temos diferentes papeis em diferentes momentos e áreas da nossa vida. Ou seja, nalgumas áreas (no trabalho, ou na família, ou numa associação) da nossa vida somos protagonistas: assumimos uma posição de liderança, fazemos as coisas acontecer, não permitimos que sejam desrespeitadas coisas importantes. Noutras áreas somos figurantes: não fazemos mais do que observar ou caminhar com a manada, ficamos à espera no nosso canto enquanto outras pessoas lidam com os acontecimentos importantes, resignamo-nos com o estado das coisas.
Isto está a soar-te a uma verdade de La Palice? É mesmo. Todos os coaches sabem isto. A seguir tenho uma revelação para te trazer, uma mudança de paradigma para te propor, e uma ideia escandalosa para te oferecer.
A revelação: Esta polaridade não é necessariamente um problema.
Nalgumas áreas da nossa vida faz sentido sermos figurantes, noutras faz sentido sermos protagonistas. Só temos um problema entre mãos se estivermos a comportar-nos como figurantes numa área da nossa vida que é importante para nós, ou numa área onde a realidade nos deixa infeliz, ou é muito diferente daquela que o nosso coração precisa ou daquilo que a nossa intuição nos pede.
A mudança de paradigma: não estás acorrentado a uma posição de figurante, a qualquer momento podes deixar de ser figurante e assumir uma posição de protagonista.
Quem se coloca numa posição de protagonista, tem um dialogo interior muito característico perante os problemas que enfrenta: “de que forma eu contribuí para isto me acontecer?”, “o que é que eu posso mudar na minha forma de pensar, ou no meu comportamento, para que as coisas sejam diferentes?”, “o que é que eu posso fazer para melhorar/resolver/ultrapassar isto?”
Quem se coloca numa posição de figurante diz para si próprio que as coisas não correram como desejado por causa da crise/chefe/família/sociedade, ou que as coisas não podem ser mudadas, ou que não há nada a fazer, etc. A consequência inevitável de atribuir a responsabilidade pelo que nos acontece a eventos externos, ou resignarmo-nos de imediato quando não sabemos o que fazer, é sentirmos que não temos nenhum poder sobre a situação à nossa frente*. Não estou a dizer que a crise/chefe/família/sociedade não têm impacto e influência sobre nós e sobre a nossa vida, estou sim a falar-te de dois modos de lidar com isso: o modo activo do protagonista e o modo passivo e submisso do figurante.
Vejo isso repetidamente com os meus clientes, aqueles que assumem com determinação a posição de protagonista e agarram a responsabilidade pelas rédeas da sua vida, são os que realmente chegam onde querem chegar.
Às vezes adoptamos uma filosofia de vida, ou crenças 'espirituais' que reforçam uma posição de figurante: “se tiver que acontecer, vai acontecer”, “quero fluir e não forçar o que acontece”, “aconteceu por que tinha de acontecer por isso agora o melhor para mim é aceitar”**, entre outras crenças que na realidade estão a servir para justificar o facto de ficarmos passivamente à espera que a vida que queremos venha ter connosco. Quando nos aproveitamos da nossa espiritualidade para esconder lá dentro justificações para nos sabotarmos, estamos a entrar num terreno muito perigoso, porque é uma estratégia de auto-sabotagem com muito poder para nos congelar! Felizmente cada dia é um novo dia, e hoje tens a oportunidade de parar de te sabotar. Olha para dentro. O teu sistema de crenças está a expandir-te em direcção à expressão plena de todo o teu potencial? Ou está a fazer-te pequeno?
Quem se coloca numa posição de protagonista, tem outras crenças a sustentar a sua realidade: “eu sou o criador da minha realidade”, “para o universo me trazer aquilo que eu quero, é preciso que eu coloque energia nessa direcção”, “a minha experiência de vida na terra é uma co-criação da minha mais sublime visão de mim próprio”, etc.
E a partir de hoje como vai ser? Vais ficar à espera “do que tiver que acontecer” ou vais lançar-te para “criar a tua mais sublime visão de ti próprio”? O que te diz a tua intuição, de que forma podes reformular as tuas crenças a fim de assumires todo o teu poder? Qual é o pequeno passo que podes dar já hoje como protagonista em vez de figurante?
Votos de uma brilhante metamorfose de figurante em protagonista,
em todas as áreas da tua vida que são importantes para ti!
Tua Coach,
Mina
* Como saber a diferença entre aquilo que podemos efectivamente mudar e aquilo que não podemos? Excelente pergunta. A resposta está aqui!
** 'Aceitar-me como sou' e 'aceitar o estado de coisas' são duas coisas muito diferentes – mais sobre esta diferença aqui.