Como Coach é frequente ouvir os meus clientes partilhar esta dúvida: devo continuar a tentar alcançar este sonho/objectivo ou será que devo aceitar que já chega e parar de tentar? Na verdade esta questão esconde duas realidades diferentes: há uma diferença entre aceitar-me como sou e aceitar como as coisas são. 'Aceitar-me como sou' significa tratar-me com gentileza, compreensão, compaixão. Significa reconhecer que além das minhas qualidades também tenho fragilidades, dificuldades e insucessos. Significa reconhecer que as minhas limitações não diminuem o meu valor, que é intrínseco à minha condição de ser humano - este delicado caminho de aprender a aceitar-me como sou, implica reconhecer que sou valioso como ser humano em toda a minha Singularidade. Implica reconhecer que não preciso ter vergonha das partes de mim das quais gosto menos, posso lidar com as partes de mim das quais gosto menos também com gentileza, compreensão e compaixão, mesmo que as queira mudar. Mas 'aceitar como as coisas são' é uma realidade completamente diferente: significa resignar-me, acomodar-me, acreditar que não tenho poder para alcançar o sonho/objectivo a que me propus. “Queres dizer Mina que nunca devo aceitar as coisas como são? Que devo sempre tentar mudá-las?”* Não, significa que é sensato distinguir “aceitar-me como sou” de “aceitar como as coisas são”, que é sensato questionar-me se estou a deixar um processo de auto-sabotagem entrar em acção, usando a ideia de “aceitar” como desculpa para desistir. É claro que também há momentos em que optar por outro caminho é a opção mais sensata – mas esta decisão pede muita ponderação, porque os sonhos que nos fazem verdadeiramente vibrar por dentro são demasiado preciosos para desistirmos deles sem dar muita luta! (Como saber então se está na hora de continuar ou desistir? Dicas aqui). Quando desistimos de algo verdadeiramente importante para nós sob a desculpa da aceitação, isso não é aceitação. É uma tragédia. 'Aceitar-me a como sou' implica que, quando decido transformar algo na minha vida ou em mim, escolho fazê-lo porque escolher crescer, chegar mais longe, ser mais feliz ou concretizar a minha mais bela visão de mim mesmo.... e não porque tenho vergonha de uma parte de mim, ou me considero indigno, ou acho que não sou bom o suficiente. Faz sentido? Por outras palavras: para mudar, para construir a vida que quero para mim, para criar a minha mais bela visão da realidade, preciso escolher 'aceitar-me como sou', mas não necessariamente 'aceitar as coisas como elas são'. Possamos saber aceitar as coisas que não podemos modificar, ter coragem para modificar aquelas que podemos, e encontrar a sabedoria para distinguir umas das outras. Tua Coach, Mina * Uma nota para assinalar que “devo”, “sempre” e “nunca” são palavras muito perigosas. Porquê falar de “dever”, em vez de “querer”? Estamos a falar de uma 'obrigação' ou de 'algo que me faz profundamente sentido'? – é sensato prestar atenção ao que se passa dentro de nós quando usamos estas palavras. Por outro lado generalizações como “sempre” e “nunca” habitualmente resultam numa compartimentação limitada da realidade, e reduzem a nossa compreensão a um cenário limitado de preto e branco, que não é fiel à complexidade de múltiplos cinzentos da vida. Vale a pena parar para pensar quando usamos estas palavras, para vermos se correspondem mesmo ao que queremos expressar. As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem. Santo Agostinho
![]() Qual será a história deste homem? Talvez seja mais um futebolista pago a peso de ouro? Um político a mudar a vida de uma população? Um actor que protagonizou um filme milionário? Não vais conseguir adivinhar! Vê com os teus próprios olhos no vídeo em baixo: é difícil acreditar de outro modo. Mas desenganem-se se acham que os feitos deste homem extraordinário se limitam ao futebol, natação, navegação, surf ou golf. Nick nasceu em 1982 na Austrália deixando os seus pais e médicos em estado de choque: ninguém esperava que ele não tivesse braços nem pernas. Quando hoje em dia um jovem criança lhe pergunta porque é que isso aconteceu, ele aproveita a oportunidade educativa para brincar dizendo que a culpa foi dos cigarros, mas a realidade é que não se sabe qual a explicação médica para o sucedido. A sua infância teve altos e baixos, mas não foi fácil e incluiu uma tentativa de suicídio aos 10 anos de idade. Que forma poderá então ter tomado o seu Caminho de Singularidade? Na adolescência reconciliou-se com a fé cristã e aos 17 anos começou a falar sobre a sua história a pequenos grupos, tendo fundado a associação Life Without Limbs. Começou a dar palestras motivacionais aos 19 anos. Na Universidade estudou contabilidade e planeamento financeiro. Conquistou a sua independência económica. Visitou quase 60 países nos 5 continentes, tendo falado com mais de 3 milhões de pessoas em escolas, empresas e igrejas. Hoje em dia continua inspirando milhares de jovens e adultos com as suas palestras sobre auto-estima, sonhar alto e nunca desistir. Escreveu quatro livros, protagonizou a curta metragem premiada The Butterfly Circus, e tem o seu single “Something More” à venda no iTunes. Nos tempos livres, gosta de pescar, pintar e nadar. Uma das suas palestras motivacionais para jovens está disponível no vídeo em baixo (com legendas em Português): Que mais poderá fazer um homem que nasceu sem braços e sem pernas e ? Casar e ter filhos, claro! Um último vídeo para os românticos, com a reportagem sobre o casal: “Posso não ter mãos para segurar a mão da minha mulher. Mas posso segurar o seu coração”. Pedindo emprestadas as palavras do Nick: "Sonha alto meu amigo, e nunca desistas". Tua Coach, Mina |
Blog da
|