Deixo-vos com dicas práticas da Brené Brown (com umas achegas da Carol Dweck e outras minhas) para ultrapassar o perfeccionismo:
1. O primeiro passo é compreender o que é o perfeccionismo. Se perdeste esse artigo, começa por aqui.
2. A Carol Dweck tem uma estratégia fantástica para desmistificar o perfeccionismo que recomenda aos seus alunos: entre as pessoas que admiras muito, escolhe uma que te pareça 'perfeita' e dedica-te a aprender mais sobre ela. Se for uma figura pública tenta encontrar uma biografia ou entrevistas, se fôr uma pessoa tua conhecida, aproveita para lhe fazeres perguntas directamente! Os alunos da Carol Dweck ficam sempre surpreendidos com as descobertas, e eu suspeito que te surpreenderás também.
3. Depois é valioso termos presente quais são os custos que o perfeccionismo está a ter especificamente na nossa vida. Quais foram os sonhos que abandonaste por medo de falhar? Que dimensão da tua criatividade e criação estás com medo de mostrar ao mundo? O que farias se não tivesses medo de falhar?
4. Aprofunda este processo e espreita as raízes que podem estar na origem do teu perfeccionismo. Experimenta preencher a seguinte frase: “No que diz respeito a ____________________ (trabalho, filhos, corpo, casa) não quero que as pessoas me vejam como ___________________________________________________.” Depois pergunta-te: De onde na tua história vieram estas mensagens? Quanto da tua vida estás disposto a submeter a estas mensagens?
5. Cria um novo discurso interno que substitua o perfeccionismo pela compaixão. Precisamos aprender a falar connosco de forma mais gentil. Às vezes falamos connosco de formas que nunca falaríamos com outras pessoas (uma ilustração deste fenómeno no vídeo em baixo) e essa pode ser uma boa pista para identificares se o teu discurso está a descarrilar ou não: estás a falar contigo de uma forma que não falarias ao teu melhor amigo? Fala contigo com a gentileza que guardas para as outras pessoas. (Há uma diferença entre aceitarmo-nos e aceitarmos como as coisas são, se estiveres a precisar de afinar esses conceitos clica aqui).
6. Aproveita os recursos humanos que tens à tua volta. Rodeia-te de pessoas que estejam também a tentar livrar-se do perfeccionismo, a tarefa é mais fácil quando se está acompanhado. Presta atenção às mensagens que estás a passar e receber à tua volta, o perfeccionismo é contagioso! Em vez de inconscientemente reforçares mensagens de perfeccionismo, experimenta no grupo de pessoas que te são próximas fazer do “abraçar a imperfeição” uma missão conjunta.
7. Com todas estas ferramentas, está na hora de aumentar a tolerância à 'imperfeição'! Há muitas maneiras de o fazer, mas a ideia base é a mesma, diz tanto a Brené Brown como a Carol Dweck: empurrares-te com gentileza para uma zona de desconforto (enquanto te manténs atento ao teu discurso interno). Por exemplo:
- Criar. Qualquer projecto criativo serve: desenhar, pintar, escrever, tirar fotos, cozinhar. A ideia é pegar numa actividade que te inspire e permitires-te arriscar, experimentar, deixar tudo numa confusão – permitires-te ser imperfeito. Um perfeccionista pode estar neste momento a dizer rapidamente que não é uma pessoa criativa (apanhei-te?). A Brené Brown responder-te-há que isso não existe, que existem só pessoas que usam a sua criatividade e outras que não. Mas como a ideia é treinar a tolerância à imperfeição, se o resultado não ficar fantástico, melhor!
- Fazer uma aula. Quando se começa a aprender uma coisa nova é natural ser-se trapalhão. Experimentar não ter controle sobre o que acontece e sentir o embaraço de te mostrares não sabendo fazer algo, pode ser muito libertador!
Tua Coach,
Mina